Alexandre B. Cunha
Tudo indica que Jair Bolsonaro vencerá o segundo turno da eleição presidencial por uma ampla margem. É praticamente impossível que Fernando Haddad consiga reverter esse quadro. Contudo, ainda estão em jogo a capacidade política e a própria legitimidade do novo governo. O PT tem plena ciência disso. Por tal motivo, apesar da quase certa derrota, ele fará o possível para causar o máximo de danos ao seu oponente. E para tanto o partido não hesitará em lançar mão, mais uma vez, da mentira.
A capacidade política do novo governo diz respeito a maior ou menor facilidade com que ele implementará as suas propostas. Em um regime democrático, um governo se inicia com uma capacidade política tão maior quanto mais expressiva tiver sido a sua vitória eleitoral. Como contrapartida, a oposição será, ao menos em um primeiro momento, tão mais forte quanto menor tiver sido a sua derrota. Assim sendo, é natural que mesmo sabendo que será derrotado, um grupo político permaneça em campanha até o dia da eleição. Isso faz parte do jogo político.
Tendo em vista o argumento apresentado acima, não se pode acusar o PT de agir de forma antidemocrática por ainda estar em campanha. Todavia, aquela organização extremista não está preocupada apenas com a sua força política. Na verdade, o partido está atuando de forma a solapar a legitimidade eleitoral do futuro governo Bolsonaro. Em outras palavras, os petistas já iniciaram uma campanha visando convencer as pessoas de que a sua iminente derrota será decorrente de uma fraude levada a cabo pelo ex-capitão e seus apoiadores.
A recente reportagem do jornal Folha de São Paulo sobre um possível envolvimento de empresários na divulgação de mensagens contrárias ao PT via WhatsApp forneceu ao PT o pretexto que ele estava esperando para tentar deslegitimar a vitória de Jair Bolsonaro. Após a publicação da matéria, Fernando Haddad declarou que ele deveria estar disputando o segundo turno com Ciro Gomes e não com o ex-capitão do Exército. A senadora petista Gleisi Hoffman não ficou atrás. Em diversas mensagens divulgadas no Twitter (exemplo 1 e exemplo 2), ela acusou Jair Bolsonaro de fraudar as eleições. Em dois vídeos disponibilizados no Apêndice deste texto, ela faz afirmativas similares. Adicionalmente, o PT entrou com uma ação no TSE buscando cassar a candidatura do seu oponente.
O PT divulga insistentemente a lorota de que Dilma foi vítima de um golpe. Similarmente, os seus militantes afirmam despudoradamente que não há provas contra Lula e que Lula está preso injustamente. Aparentemente, a próxima grande farsa petista girará em torno da mentira de que Jair Bolsonaro fraudou a eleição. Desnecessário dizer que isso é um ataque à democracia e à soberana vontade do eleitorado brasileiro. Porém, como estamos falando do PT, não há qualquer motivo para surpresa. Afinal de contas, conforme discutido repetidas vezes neste blog, o partido é inequivocamente uma organização antidemocrática.
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