Alexandre B. Cunha
Este é o último de uma série de três textos sobre as mensagens divulgadas pelo website The Intercept. Discutem-se neste artigo as possíveis implicações políticas do material em questão.
Já se tornou claro que as mensagens divulgadas pelo Intercept e, mais recentemente, pela Folha de São Paulo e pela Veja não causaram consideráveis danos políticos ao ministro Sergio Moro e ao governo Bolsonaro. Tanto que a Câmara acabou de aprovar, em 1o turno, a reforma da previdência. Adicionalmente, as grandes manifestações populares que ocorreram no dia 30 de junho sugerem que talvez as reportagens tenham surtido um efeito contrário ao almejado pelos ‘jornalisPTas’ e demais militantes esquerdistas.
Apesar de o Intercept e demais veículos militantes ainda não terem encerrado o processo de divulgação do material hackeado, já é possível antecipar com um bom grau de confiança que, sob o ponto de vista político, esse ataque da esquerda radical irá fracassar. Dentre outros motivos, isso se deve ao fato de o PT e as suas linhas auxiliares terem se tornados prisioneiros da sua própria mentira.
O discurso esquerdista gira em torno da absurda narrativa de que “Lula é inocente e as elites não o deixaram disputar a eleição porque elas odeiam os pobres”. Ora, a partir do momento em que os militantes socialistas se põem a bradar essa lorota aos quatro ventos, eles se tornam prisioneiros da mesma em um sentido bem preciso: para que uma tentativa de descontruir a operação Lava Jato seja bem-sucedida, será necessário validar a dita narrativa. Ou seja, é preciso apresentar ao público algo como um diálogo no qual os juízes e procuradores façam declarações do tipo Danem-se as provas, precisamos condenar o Lula. Caso contrário ele vai ganhar a eleição e governar para os pobres. Qualquer coisa diferente disso será vista pela maior parte da população como uma mera tentativa de acerto de contas levada a cabo por criminosos.
Em síntese, por mais que diversos jornalistas, professores, artistas, cineastas etc afirmem o contrário, Lula foi condenado devido ao fato de ser, pura e simplesmente, um criminoso. Mais ainda: Sergio Moro não é o bandido e a Lava Jato não é a organização criminosa dessa história; o privilégio de representar esses papéis pertence a outros atores. E dificilmente alguém convencerá o povo brasileiro do contrário.
Por fim, aproveito a ocasião para agradecer publicamente ao ex-juiz Sergio Moro, aos procuradores e aos policiais que participaram da Operação Lava Jato pelo competente e, acima de tudo, corajoso trabalho que realizaram. O Brasil tem uma imensa dívida para com todos eles.
notificações por email Cadastre-se para ser notificado por email sempre que um novo texto for disponibilizado no blog.
compartilhe este texto